Sou PJ mas trabalho como CLT: quais os meus direitos? Entenda!

sou pj mas trabalho como clt

Imagine a seguinte situação: você teve uma entrevista, passou por todo o processo seletivo, foi aprovado, mas na hora de assinar a carteira, a empresa te oferece um “acordo diferente”. Pedem para você abrir um CNPJ, dizem que é “mais vantajoso”, que você vai ganhar mais no fim do mês, sem descontos.

Só que, depois de começar, a realidade é outra: você precisa cumprir horário, participa de reuniões obrigatórias, responde a um chefe direto, não pode trabalhar para mais ninguém e, se quiser tirar férias, tem que pedir permissão como qualquer outro funcionário. Parece familiar?

Essa situação é muito comum e tem nome: pejotização. É quando a empresa quer os benefícios de contratar alguém como se fosse CLT, mas sem arcar com os custos disso.

Ou seja, ela transfere a responsabilidade de tudo para o trabalhador, que perde direitos importantes como 13º salário, férias, FGTS e INSS.

No papel, você é PJ. Na prática, vive a rotina de um CLT.
Se você se identificou com esse cenário, saiba que seus direitos podem estar sendo violados.

Por isso, neste conteúdo, vamos te mostrar como reconhecer isso, o que a lei diz sobre esse tipo de contrato, quais direitos você pode recuperar e como um advogado pode te ajudar a virar esse jogo. Acompanhe!

O que significa ser PJ?

Ser PJ (Pessoa Jurídica) significa que você não é contratado como funcionário, mas sim como prestador de serviços. Nesse modelo, a empresa exige que você abra um CNPJ (normalmente como MEI ou LTDA) e emita nota fiscal para receber seus pagamentos.

Em resumo: no papel, você é uma empresa contratada para realizar um trabalho, como um encanador ou eletricista que presta um serviço pontual.

Mas, porque as empresas preferem contratar PJ? A principal razão é simples: economia. Ao contratar um trabalhador como PJ, a empresa deixa de pagar vários encargos e benefícios obrigatórios que teria se assinasse a carteira.

Veja o que ela evita pagar com um contrato PJ:

  • INSS patronal
  • FGTS (8% do salário)
  • 13º salário
  • Férias + 1/3
  • Aviso prévio
  • Multa de 40% em caso de demissão
  • Licença maternidade/paternidade
  • Seguro-desemprego
  • Equipamentos de segurança e estrutura adequada de trabalho (em alguns casos).

Ou seja, ao invés de arcar com todos esses custos, a empresa transfere a responsabilidade para o trabalhador que precisa pagar seus próprios impostos, cuidar da aposentadoria e abrir mão da segurança dos direitos trabalhistas.

Como funciona um contrato PJ?

O contrato PJ é firmado entre duas pessoas jurídicas: a empresa contratante e você, com seu CNPJ. Esse contrato geralmente define:

  • O serviço que será prestado;
  • O valor pago (normalmente mensal);
  • O prazo de entrega ou duração do contrato;
  • Possibilidade de rescisão com aviso prévio (contratual);
  • Não há vínculo empregatício.

O que o PJ não tem de proteção legal?

Ao trabalhar como PJ, você não tem direito a nada do que um trabalhador CLT tem por lei, como:

  • 13º salário
  • Férias remuneradas com adicional de 1/3
  • FGTS depositado pela empresa
  • INSS pago pela empresa
  • Aviso prévio em caso de demissão
  • Multa de 40% sobre o FGTS
  • Estabilidade em casos especiais (como gravidez, doença ou acidente de trabalho)
  • Jornada máxima de 44 horas semanais
  • Licença maternidade/paternidade
  • Seguro-desemprego

O que o PJ tem de direitos?

Por lei, quem trabalha como PJ tem liberdade para negociar seus próprios termos com a empresa, como valor de pagamento, horário, modo de trabalho, prazos e condições. Mas isso só se aplica quando há autonomia real.

O PJ também pode contribuir para o INSS por conta própria, ter um plano de saúde particular e pagar tributos com alíquotas reduzidas, dependendo do tipo de empresa que abriu (como MEI, por exemplo).

Só que tudo isso sai do bolso dele e não da empresa contratante.

Ou seja: o PJ é, legalmente, um “empresário”, não um empregado. E se a empresa quer tratar esse profissional como CLT, impondo regras, horários e obrigações, a relação já está irregular e o trabalhador pode estar sendo lesado.

Direitos de quem é PJ mas trabalha como CLT

É aqui que mora o problema: você assina um contrato como PJ, mas, na prática, vive a rotina de um funcionário CLT.

E isso não acontece por acaso — muitas empresas fazem isso de propósito para economizar, já que não precisam pagar os encargos trabalhistas.

Elas ganham com isso, mas você perde direitos, proteção e segurança. Confira a algumas situações em que você pode estar perdendo seus direitos atuando como um CLT disfarçado:

  • Você cumpre horário fixo todos os dias (como das 8h às 17h), inclusive com controle de ponto.
  • Tem um chefe direto, a quem precisa prestar contas do que faz.
  • Participa de reuniões obrigatórias e tem metas exigidas pela empresa.
  • Não pode trabalhar para outros clientes, mesmo sendo “prestador de serviços”.
  • Usa ferramentas e sistemas da empresa, como e-mail corporativo, crachá e uniforme.
  • Tem local de trabalho fixo ou está sempre presente no escritório da empresa.
  • Segue regras internas como se fosse um funcionário (dress code, política de conduta, etc).
  • Precisa pedir autorização para tirar férias, folgas ou se ausentar.
  • Recebe o mesmo valor todos os meses, como um salário fixo.

Esses são sinais claros de subordinação, habitualidade e pessoalidade, três elementos que caracterizam o vínculo de emprego segundo a CLT.

Quando esses fatores estão presentes, a relação já não é mais de prestação de serviço, mas sim de trabalho com vínculo empregatício.

E nesse caso, a empresa está burlando a legislação trabalhista, e você pode estar sendo prejudicado.

O que posso fazer para garantir meus direitos?

Se você está nessa situação, não se desespere, mas também não ignore. É possível correr atrás dos seus direitos. Veja alguns passos:

  • Junte provas: mensagens, e-mails, contratos, prints, comprovantes de pagamento, ponto eletrônico, etc.
  • Anote sua rotina: dias, horários, ordens que recebe, reuniões obrigatórias.
  • Procure ajuda jurídica especializada: um advogado trabalhista pode analisar seu caso com cuidado e te orientar sobre como agir.

Quais direitos podem ser restabelecidos?

Se for comprovado que você, mesmo sendo PJ, trabalhava como CLT, você pode pedir:

  • Registro do vínculo empregatício
  • Pagamento de férias, 13º, FGTS e outros benefícios retroativos
  • Indenizações em caso de demissão irregular
  • Multas por atraso ou falta de pagamento
  • Estabilidade (em casos especiais, como gestantes)

Qual o papel do advogado nesse processo?

Um advogado trabalhista vai te ajudar a:

  • Entender se o seu caso se encaixa na pejotização indevida;
  • Organizar provas e documentos;
  • Entrar com uma ação trabalhista;
  • Defender seus direitos do início ao fim.

Além disso, o advogado cuida de tudo com sigilo e respeito, sem expor você à empresa ou criar constrangimentos.

Se você se identificou com esse conteúdo, saiba que não está sozinho. Muitos trabalhadores vivem essa realidade sem saber que podem estar sendo injustiçados.

Com mais de 10 anos de experiência, já ajudamos inúmeras pessoas a receber os seus direitos. Atendemos em nosso escritório e também de forma digital em todo o país e exterior. Atendimento 100% humanizado e exclusivo.

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