Afinal, qual o valor da aposentadoria por visão monocular?
Conviver com a perda da visão de um dos olhos vai muito além de uma condição física. Para muitos trabalhadores, isso representa uma mudança profunda na rotina, nos hábitos e, principalmente, na forma como exercem suas atividades profissionais.
Diante disso, é natural que surjam dúvidas: será que quem tem visão monocular pode se aposentar? Existe alguma regra especial para essa condição? E, principalmente, qual o valor da aposentadoria por visão monocular?
Essas perguntas fazem parte da realidade de milhares de brasileiros que buscam justiça e reconhecimento da sua limitação.
Desde a aprovação da Lei nº 14.126/2021, que reconhece a visão monocular como deficiência visual para todos os efeitos legais, esses trabalhadores passaram a ter mais respaldo para garantir seus direitos junto ao INSS.
Neste conteúdo, vamos esclarecer o que você precisa saber sobre aposentadoria e benefícios para quem vive com visão monocular. Acompanhe!
O que é a visão monocular
A visão monocular é a condição em que a pessoa possui cegueira total ou grave perda de visão em um dos olhos, mantendo a visão apenas no outro.
Essa limitação afeta a percepção de profundidade, campo visual e equilíbrio espacial, o que pode dificultar a realização de várias atividades do cotidiano e do trabalho.
Isso inclui especialmente funções que exigem atenção visual precisa, como dirigir, operar máquinas ou realizar tarefas técnicas.
Em 2021, a Lei 14.126/2021 reconheceu oficialmente a visão monocular como deficiência sensorial do tipo visual, o que abriu caminho para novos direitos e benefícios previdenciários.
Quem tem visão monocular pode aposentar mais cedo?
Sim, em muitos casos, quem tem visão monocular pode se aposentar mais cedo.
Como a visão monocular foi reconhecida por lei como deficiência visual, o trabalhador que vive com essa condição pode se aposentar pelas regras da aposentadoria da pessoa com deficiência, que são mais vantajosas do que as regras gerais.
Nessas regras especiais, a idade ou o tempo de contribuição é reduzido, dependendo do grau de deficiência (leve, moderada ou grave) e da forma como essa condição impacta a capacidade laboral.
Quais as regras para aposentadoria por visão monocular
A aposentadoria para pessoas com deficiência funciona com duas opções principais:
1. Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência
- Homens: 33 anos de contribuição com deficiência leve, 29 anos com deficiência moderada ou 25 anos com deficiência grave.
- Mulheres: 28 anos (leve), 24 anos (moderada) ou 20 anos (grave).
2. Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência
- Homens: 60 anos de idade + 15 anos de contribuição, com comprovação da deficiência.
- Mulheres: 55 anos de idade + 15 anos de contribuição, também com comprovação da deficiência.
A visão monocular, dependendo da avaliação feita pela perícia do INSS, pode ser considerada deficiência leve ou moderada, o que já garante redução do tempo de contribuição.
Quem tem visão monocular aposenta com 100% do valor?
Essa é uma dúvida muito comum. Vamos esclarecer:
Sim, é possível se aposentar com 100% do valor da média salarial, principalmente nos casos de aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência.
Isso acontece porque essa modalidade não aplica o redutor de 60% da média salarial, como acontece na regra geral da aposentadoria comum.
Ou seja, o valor final pode ser mais alto, especialmente se o trabalhador tiver mantido contribuições regulares ao longo da carreira.
No caso da aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, a regra segue o cálculo da média de todos os salários desde julho de 1994, com a aplicação do redutor, mas ainda assim pode ser mais vantajosa do que a regra geral. Entenda o cálculo a seguir.
Como calcular aposentadoria por visão monocular?
Saber como o INSS calcula o valor da aposentadoria é fundamental para quem vive com visão monocular e deseja garantir um benefício justo.
Desde que a visão monocular foi oficialmente reconhecida como deficiência sensorial visual pela Lei nº 14.126/2021, as pessoas nessa condição podem se aposentar pelas regras da pessoa com deficiência, que são mais vantajosas, inclusive no cálculo do valor.
As aposentadorias por tempo de contribuição da pessoa com deficiência podem garantir até 100% da média dos salários de contribuição, sem descontos.
O cálculo é feito com base na média de todos os salários que o trabalhador recebeu desde julho de 1994. Ou seja, o INSS soma todos esses valores e faz a média aritmética simples.
Se o trabalhador com visão monocular se aposenta pela regra de tempo de contribuição da pessoa com deficiência, ele pode receber 100% dessa média, sem aplicação do fator previdenciário.
Isso costuma garantir um valor bem mais próximo da realidade salarial do segurado.
Já na aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, o cálculo é parecido com o das regras comuns: começa com 60% da média de todos os salários, com um acréscimo de 2% ao ano de contribuição que ultrapassar 20 anos (para homens) ou 15 anos (para mulheres).
E se a aposentadoria for por invalidez?
Nos casos em que a visão monocular, isoladamente ou combinada com outras limitações, impossibilita a pessoa de trabalhar em qualquer atividade.
Assim, o INSS pode conceder a aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez).
Nessa situação, o valor do benefício também é calculado com base na média de todos os salários, mas com aplicação de um redutor, a não ser que a incapacidade tenha sido provocada por acidente de trabalho, situação em que o valor é integral.
Exemplo prático (simulado):
Imagine um trabalhador com visão monocular que contribuiu por 29 anos como pessoa com deficiência moderada, com média salarial de R$ 3.200,00.
Se ele optar pela aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência, poderá se aposentar com 100% da média — ou seja, R$ 3.200,00 mensais, sem descontos.
Como funciona a perícia médica para aposentadoria por visão monocular
Para ter acesso à aposentadoria como pessoa com deficiência, é necessário passar por duas avaliações no INSS:
- Perícia médica – Avalia o grau da deficiência e a comprovação da visão monocular por meio de laudos, exames oftalmológicos e histórico clínico.
- Avaliação funcional (social) – Verifica como a limitação impacta a vida cotidiana e profissional da pessoa.
Ambas as etapas são fundamentais para classificar o grau da deficiência (leve, moderada ou grave), o que define qual regra será aplicada no cálculo da aposentadoria.
Dica importante: Junte todos os exames, receitas e laudos médicos que comprovem a visão monocular, com detalhes sobre as limitações causadas no dia a dia e no trabalho.
Quais benefícios do INSS o trabalhador portador de visão monocular tem direito
Além da aposentadoria, quem possui visão monocular pode ter acesso a outros benefícios, dependendo da sua condição de saúde, idade, renda e tempo de contribuição:
- Aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente): Se a visão monocular for associada a outras limitações que impossibilitem o trabalho, é possível solicitar essa modalidade.
- Auxílio-doença (incapacidade temporária): Se estiver momentaneamente impossibilitado de trabalhar devido a agravamentos na saúde, pode ter direito ao benefício.
- BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada): Para pessoas com deficiência e baixa renda familiar, que nunca contribuíram ou contribuíram pouco para o INSS. O valor é de um salário mínimo por mês.
- Isenções e direitos complementares: Como isenção de IPI e ICMS na compra de carro adaptado, reserva de vagas em concursos e políticas públicas de inclusão.
Papel do advogado para garantir que os direitos sejam garantidos
O caminho até a aposentadoria nem sempre é simples.
Muitas vezes, trabalhadores com visão monocular enfrentam negativas do INSS, dificuldades em comprovar a condição ou erros no cálculo do benefício.
Nesses momentos, contar com um advogado especializado em Direito Previdenciário pode fazer toda a diferença. Esse profissional vai:
- Analisar a documentação médica e trabalhista;
- Verificar se a aposentadoria por deficiência é a mais vantajosa;
- Acompanhar a perícia médica e funcional;
- Auxiliar no pedido, recursos ou ações judiciais, se necessário.
Com apoio jurídico, o trabalhador tem muito mais segurança, agilidade e clareza para fazer valer seus direitos.
Portanto, se você tem visão monocular e quer saber qual o valor da sua aposentadoria ou se tem direito a outros benefícios do INSS, nossa equipe está pronta para ajudar.
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