Sofrer um acidente de trabalho muda a vida de qualquer pessoa da noite para o dia. Além da dor física e das limitações que podem surgir, muitos trabalhadores passam a conviver com a angústia de não conseguir mais exercer a profissão que sustentava sua família.
Surge o medo: “Como vou pagar minhas contas se não consigo mais trabalhar? O INSS vai reconhecer meu direito? Será que vou ficar sem renda?”
A falta de informação e a burocracia do INSS aumentam ainda mais a insegurança, fazendo com que muitos trabalhadores aceitem benefícios errados, valores menores do que deveriam ou até tenham seus pedidos negados.
Mas existe um direito importante que precisa ser conhecido: a aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho.
Esse benefício foi criado justamente para proteger o trabalhador que, por causa de um acidente laboral, perdeu de forma permanente sua capacidade de exercer qualquer função.
Neste conteúdo, entenda quem tem direito, como funciona, qual o valor do benefício e quais outros direitos o trabalhador pode garantir nessa situação. Acompanhe!
O que é a aposentadoria por invalidez
A aposentadoria por invalidez, hoje chamada de aposentadoria por incapacidade permanente, é o benefício concedido ao trabalhador que não pode mais exercer suas atividades nem ser reabilitado em outra função, em razão de doença ou acidente.
No caso de acidentes de trabalho, esse direito ganha regras específicas e pode ser ainda mais vantajoso para o segurado.
Como funciona a aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho?
A aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho, chamada atualmente de aposentadoria por incapacidade permanente acidentária, é concedida quando o acidente sofrido no ambiente de trabalho ou no trajeto entre casa e empresa torna o trabalhador total e permanentemente incapaz de exercer qualquer atividade profissional.
Esse benefício existe para proteger o segurado que não tem condições de voltar ao mercado de trabalho, garantindo uma fonte de renda mensal.
1. O processo começa pelo auxílio-doença acidentário
Na maioria dos casos, logo após o acidente, o trabalhador é afastado e começa recebendo o auxílio-doença acidentário (atualmente chamado de auxílio por incapacidade temporária acidentária).
- Esse afastamento é concedido após perícia médica do INSS;
- Durante esse período, o contrato de trabalho fica suspenso, mas a empresa continua recolhendo o FGTS;
- Se, após o tratamento, o segurado não apresentar melhora, a perícia pode converter o benefício em aposentadoria por invalidez.
2. A perícia médica é determinante
O INSS realiza uma perícia médica para avaliar se a incapacidade é realmente permanente. O perito considera:
- a gravidade das sequelas do acidente;
- a impossibilidade de reabilitação em outra função;
- o impacto da incapacidade na vida prática e laboral.
Se ficar comprovado que não há chance de retorno ao trabalho, o benefício é transformado em aposentadoria por invalidez acidentária.
3. Não há exigência de carência mínima
Ao contrário de outros benefícios do INSS, na aposentadoria por acidente de trabalho não é exigido tempo mínimo de contribuição (carência).
Basta que o trabalhador tenha a qualidade de segurado no momento do acidente, ou seja, esteja contribuindo regularmente ou dentro do período de graça.
4. Proteção diferenciada
Por se tratar de um benefício de natureza acidentária, o trabalhador tem alguns diferenciais importantes:
- O valor do benefício é mais vantajoso, pois não há aplicação de redutores;
- O segurado pode ter direito ao acréscimo de 25% no valor do benefício se precisar da ajuda permanente de outra pessoa;
- Garante estabilidade jurídica e respaldo para a família, que também terá direito à pensão por morte em caso de falecimento.
Assim, a aposentadoria por invalidez acidentária funciona como um amparo vitalício ao trabalhador que ficou incapacitado em razão do trabalho.
O processo começa pelo afastamento, passa pela perícia e pode ser convertido em aposentadoria definitiva quando não há perspectiva de recuperação.
Qual o valor de uma aposentadoria por invalidez acidentária?
O cálculo varia de acordo com as contribuições do trabalhador, mas a regra geral é:
O valor corresponde a 100% da média das contribuições salariais desde julho de 1994 (ou desde o início das contribuições, se posteriores a essa data).
Nos casos de acidente de trabalho, não há redutores como em outros tipos de aposentadoria.
Além disso, o segurado pode ter direito a um adicional de 25% no valor do benefício se precisar de auxílio permanente de outra pessoa para atividades do dia a dia (como se alimentar, tomar banho, locomover-se).
Quais os direitos do trabalhador que se aposenta por acidente de trabalho?
Além da renda mensal da aposentadoria, o trabalhador aposentado por invalidez em razão de acidente tem outros direitos importantes:
- Isenção de carência: não é necessário cumprir tempo mínimo de contribuições, basta ter a qualidade de segurado;
- Manutenção da qualidade de segurado, mesmo após afastamento longo;
- Direito ao adicional de 25%, quando houver necessidade de acompanhante;
- Direito à pensão por morte para os dependentes, caso venha a falecer.
Em paralelo, o trabalhador também pode ingressar na Justiça do Trabalho para buscar indenizações por danos morais e materiais, se o acidente ocorreu por falha de segurança da empresa ou negligência do empregador.
Papel do advogado para garantir que os direitos sejam reconhecidos
Muitos trabalhadores enfrentam negativas ou atrasos do INSS, mesmo em casos graves. A atuação de um advogado especialista em direito previdenciário e trabalhista é essencial para:
- Organizar e apresentar a documentação médica correta;
- Acompanhar a perícia e contestar laudos desfavoráveis;
- Garantir que o benefício seja concedido com o valor correto;
- Buscar na Justiça indenizações contra a empresa, quando houver culpa pelo acidente.
Sem orientação, o trabalhador corre o risco de receber um valor menor ou até ter o benefício negado.
A aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho é um direito fundamental para proteger o trabalhador que perdeu sua capacidade de forma definitiva.
Esse benefício garante segurança financeira e dignidade a quem dedicou sua vida ao trabalho e hoje não pode mais exercer sua função.
Se você sofreu um acidente de trabalho e não consegue mais exercer sua profissão, saiba que não está sozinho. Seus direitos precisam ser respeitados e reconhecidos.
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